Palestra na PUC-Campinas aborda análise da crise global

Jéssica Caldeira
Belluzzo fala aos estudantes da faculdade de Ciências Econômicas sobre as variantes determináveis para o início da crise internacional

A faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas realizou na última quarta-feira (18) a palestra  “As origens da Crise Internacional” em comemoração aos 70 anos do curso na Instituição. A palestra foi ministrada pelo professor de economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, membro do Conselho de desenvolvimento Econômico da Presidência da República e abordou  crise econômica global, com especulações sobre as origens, duração e melhor saída para esse problema que tem causado tantos problemas sociais por todo o globo.Totalmente pautado em dados em formato de gráficos, o economista demonstrou aos espectadores os caminhos políticos e econômicos que levaram países como EUA e China a apresentarem recessão e crescimento nos últimos quatro anos.

Para exemplificar os fatores e variáveis determinantes para o estado da economia, Belluzzo destacou o caso do banco Lehman Brothers, o gigante americano que não resistiu à crise. “Na hora que eles perceberam o desequilíbrio [do mercado], eles recorreram à venda, à venda do melhor, e deu-se a crise de liquidez – muita gente querendo vender e pouca gente querendo comprar”.

No caso do mercado norte americano, o palestrante destacou que grande parte do problema está no desequilíbrio entre lucros – consumo – e investimentos. Os americanos consomem produtos produzidos no exterior, como a China, por exemplo, gerando déficit interno e superávit do fornecedor. Uma saída para esse grande problema, segundo Belluzzo, é a reindustrialização dos EUA.

Uma crise de contágio

No Brasil a crise também teve seus impactos, mas para Belluzzo eles não foram tão grandes como na Europa e nos EUA. “O Brasil se saiu bem da crise, com expansão do consumo, mas deixamos uma questão crucial. Se a indústria cresce pouco, você não consegue gerar emprego e renda para impulsionar os outros setores”.

Jéssica Caldeira
"Essa crise foi mais uma crise de contágio", afirma Belluzzo

Na opinião do palestrante, a saída para o Brasil e a política do governo Dilma é um controle sobre o mercado de câmbio. Segundo ele, com a valorização de quase 30% da moeda brasileira, há um impacto na competitividade do produto brasileiro no exterior. Um exemplo, para Belluzzo, é o caso da indústria manufatureira de tecidos e sapatos, que apresentou recessão de cerca de 50% no último ano, devido aos baixos preços do produto Chinês. “O Brasil tem que retomar a política de estímulo a indústria, o que está sendo feito, mas ainda é muito tímida”, afirmou o membro do Conselho de Desenvolvimento que concluiu: “Não sou  pessimista em relação ao Brasil”.

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