Leandro Bettiol

O Engenho Central, ponto turístico de Piracicaba, serviu de palco pela 23ª vez para a Paixão de Cristo na cidade, a segunda maior encenação a céu aberto do país. A obra envolveu aproximadamente 500 atores e outras 100 pessoas no apoio, além das mudanças que ocorrem ano a ano, como a modificação de músicas, cenários e figurinos.
Logo na entrada para as arquibancadas, dois soldados romanos em cima de pilares encaravam o público e davam a sensação de que a plateia fazia parte da história do filho de Deus, representado pelo ator Sílvio Kazza. Já sentados, ouviam músicas e orientações de segurança enquanto aguardavam o início da peça.
Às 20 horas, luzes dos cenários se acenderam e a saga cronológica de Jesus Cristo começava. Os 500 atores se reuniram na frente do público e o reverenciaram como forma de agradecimento e respeito pela presença. Em seguida, crianças apareceram vestidas de branco correndo e brincando, como anjos.
Jesus Cristo e Maria entraram juntos e relembraram passagens importantes do filho de Deus na terra. Primeiro, o nascimento de Jesus e a visita dos três Reis Magos que foram presenteá-lo. Em seguida, rei Herodes mandou matar todas as crianças até dois anos e as mães sofrem a perda irreparável. Em uma brincadeira com os amigos, que acabaram matando um pássaro com uma pedra, Jesus o fez ressuscitar ao tocá-lo.
Outros momentos que emocionaram os presentes foram os milagres e perdões realizados por Cristo. Arrependida, Maria Madalena, até então mulher da vida, se ajoelhou diante do mestre e sem julgamentos, é perdoada. A mulher adúltera, que seria apedrejada, também recebeu o perdão quando Jesus perguntou aos que a julgavam: “Aquele que não tiver pecados, atire a primeira pedra”. Todos abaixaram os braços e seguiram desorientados.
Dentre todos os milagres, teve destaque a ressurreição de Lázaro, a volta dos movimentos ao que não andava e a multiplicação dos pães e peixes, marcada por mulheres que subiram na arquibancada e entregaram pães para o público. Na hora em que Jesus ensina o povo que o seguia a rezar o Pai Nosso, pode-se perceber a plateia orando com os atores.

Os efeitos especiais foram um show à parte e deixaram o público ainda mais admirado e envolvido com a história. Na cena em que Salomé pede a cabeça de João Batista em uma bandeja de prata, homens cuspindo fogo e mulheres dançando mostram como os ricos da época viviam em festas e descumpriam os ensinamentos de Deus. No momento em que Jesus foi tentado três vezes pelo diabo, criou-se o efeito de teletransporte, com a utilização de dublês e iluminação especial. “Realmente os efeitos especiais foram o diferencial desse ano, tentamos sempre dar uma nova cara a essa história tão conhecida”, disse o presidente e diretor da Guarantã, equipe teatral que realizou o espetáculo, Sérgio Regonha.
Em suas horas finais, Cristo é levado para o calvário e as torturas a que foi submetido pelos soldados romanos podia ser sentida, até a sua crucificação. Sua ressurreição também foi marcada por efeitos especiais, quando é elevado por um elevador até o alto com luzes brancas o iluminando. Todos os atores se reuniram no centro e agradeceram ao público, que aplaudiu de pé.
Assisto o espetáculo todos os anos e mesmo sendo a mesma história, sempre modificam cenas com efeitos especiais e interação, que deixam a peça ainda mais real e próxima do público, como no momento em que atrizes sobem na arquibancada e distribuem pães para as pessoas, no momento em que Jesus realiza a multiplicação de pães e peixes.
Parabéns Piracicaba por sempre apoiar, divulgar, e valorizar a arte e cultura em nossa cidade. Me sinto orgulhoso que pessoas como o Leandro Bettiol que sempre de uma forma cândida nos mantém informados dos acontecimentos. Seu trabalho com dedicação não deixa sombras de duvidas de que é um grande profissional.
Adorei o texto! Mesmo não tendo ido na peça esse ano, pude visualizar todas as cenas e momentos descritos na matéria, que deu enfoque para os principais momentos da vida de Jesus Cristo.
Parabéns Le, ótimo texto. Fiquei impressionada com os detalhes, com o jeito que você conta a História realmente parece que eu estava na platéia. muito bom !
Leandro, mais uma vez estou orgulhosa de você. Sua facilidade de narrar, descrever com detalhes todas as cenas e fatos, nos remetem à platéia sem dúvida alguma. Infelizmente não pude ir neste ano ao grandioso espetáculo, mas com certeza estive lá depois que pude desfrutar de sua matéria. Parabéns!
Participei da montagem da “Paixão de Cristo” de Piracicaba durante nove anos, e em 2012 fui apenas prestigiar o espetáculo e os amigos do elenco, e posso dizer que fiquei muito emocionada ao assistir a peça, as mudanças no roteiro, cenários e figurinos ficaram belíssimas. Os atores, assim como o diretor João Scarpa, estão de parabéns por mais uma grandiosa e emocionante “Paixão” deste ano!
Parabéns Leandro pelo texto tenho muita satisfação em comentar esse texto, pois participo de espetáculo há 18 anos e hoje faço parte da diretoria que realiza esse espetáculo, pois como é bom saber que nosso trabalho está sendo fruto até de trabalho escolar assim tenho orgulho em dizer que nos somos a maior Paixão de Cristo do Pais, pois trabalhamos com voluntariado elenco totalmente, pois temos um publico fiel, pois na ultima apresentação desse ano no Domingo (09) o publico ficou até chover fortemente assim sendo necessário o cancelamento por motivos de segurança e você via no olhar do publico a tristeza de não poder rever a encenação da paixão de cristo, pois muitos vieram na sexta-feira Santa e não conseguiram entrar e no sábado de Aleluia assim voltaram no Domingo de Páscoa para poder assistir esse espetáculo, pois foram aproximadamente 45 min. de espetáculos que de baixo de chuva retiram aplausos de uma arquibancada com quase 2000 pessoas, assim tenho orgulho em dizer que faço a PAIXAO DE CISTO de Piracicaba a maior do Pais.
Obrigada Leandro, por ter escolhido o nosso espetáculo como trabalho universitário. Esse tipo de iniciativa vem ao encontro ao nosso crescimento, eu tenho 23 anos de “Paixão de Cristo de Piracicaba” e como o Deiwson também faço parte da diretoria da Associação Cultural e Teatral Guarantã” (responsável pela realização do evento). Tenho a declarar como atriz que este é o espetáculo mais emocionante e faço questão de participar todo ano. Como diretora afirmo que a nossa manifestação cultural só é duradoura por sermos voluntários e fazermos tudo por amor… somos “apaixonados”….. assim nos denominamos como participantes da Família Guarantã.
Seu texto descreve as emoções que o público sente e da energia que recebemos com todo o carinho com que somos prestigiados, é isso que nos move e procuramos nos aprimorar ainda mais a cada ano; como eu tem algumas pessoas que ficam muitos anos, uns voltam depois de algum tempo, outros sofrem por não poder mais voltar….. neste ano convidei o Grupo Le Parkour de Piracicaba que foi responsável pelas acrobacias…. enfim estamos sempre nos redescobrindo para realizar o melhor espetáculo e aculturar sempre!!!!!! Beijão
Parabens Leandro, bela Matéria, relata exatamente a emoção que sentimos no espetaculo !
Oi Le, adorei o texto. Muito bem escrito e rico em detalhes. Parabéns!!!! Beijos, Pat